sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A “Desnaturalização” da Matemática

Thaís Conconi Silva

CPFP Governador Miguel Arraes

A REDE EM RODA 2016
1,2,3 e 4 Termos/2016/EJA II

Os diferentes trabalhos realizados durante as aulas de matemática buscaram criar caminhos para auxiliar os alunos a trabalharem diferentes contextos no processo de ensino e aprendizagem.
A maioria dos alunos quando se deparam com uma situação problema envolvendo qualquer cálculo matemático, respondem logo de imediato que sentem alguma dificuldade.  Mas se o problema for colocado ao aluno de forma contextualizada com seu cotidiano, o que não era viável, através de uma relação com algo concreto, pode ser concebido e compreendido pelos alunos.
Os professores se conscientizando desta problemática, podem introduzir os conceitos de matemáticos através de diferentes formas e abordagens, contextualizadas, para uma possível aprendizagem mais significativa.
Deve-se levar em conta, também, que a matemática também não pode ser vista como uma disciplina isolada. Pra que haja uma verdadeira contextualização com o cotidiano dos alunos, a matemática deve estabelecer um diálogo com as demais ciências e áreas do conhecimento e, principalmente, ser refletida em seus aspectos culturais e sociais, enfatizando sua contribuição para o desenvolvimento da cidadania.
Por isso mencionamos a questão da desnaturalização.
Desnaturalizar é compreender que a realidade cotidiana é resultado de decisões, de interesses particulares ou coletivos, de ideologias; não é uma tendência natural e imutável e pode ser modificada pela vontade humana. O estranhamento está diretamente ligado aos objetivos da Filosofia e das Ciências Humanas; reclama a problematização das questões sociais a partir de situações corriqueiras, comuns, triviais.
Estranhar é entender a experiência social para além de sua normalidade, ou seja, é colocar em questão situações vivenciadas todos os dias e tidas como esperadas; é buscar respostas para essa expectativa de normalidade que envolve os fenômenos sociais e os torna inquestionáveis; é assumir postura investigativa frente a um mundo aparentemente conhecido.
O estranhamento, a paixão e a curiosidade são indispensáveis para o desenvolvimento de competências e habilidades matemáticas, para um verdadeiro “fazer matemático”. Deve-se incentivar o aluno a desenvolver seu raciocínio mental e não se limitar a lhe ensinar algoritmos e técnicas.
Para tal, durante as aulas foram realizadas algumas propostas como, por exemplo, o uso de grandezas e medidas nas aulas da educação profissionalizante de cozinha, oficinas para a construção de fractais com dobraduras, trabalhos com folhetos de supermercados para ensino e aprendizagem de números decimais e exploração de outros conceitos matemáticos por múltiplas abordagens.
Os conhecimentos prévios que os alunos trazem a sala de aula, descobertos de forma espontânea, são importantes para o seu aprendizado e devem ser levados em conta pelo professor no processo de ensino-aprendizagem.
A abordagem de ensino utilizada pelo professor é fundamental para a transformação destes conhecimentos prévios dos alunos em novos saberes e na apropriação do conhecimento lecionado.
Pode-se observar durante as aulas que a capacidade de resolução de problemas deve ser desenvolvida levando em consideração as múltiplas abordagens e perspectivas que um problema de matemática possa suscitar.
A busca por entender as múltiplas faces de um mesmo conceito matemático, suas relações com o cotidiano e o apoio de situações problemas envolvendo diferentes estratégias pode se configurar num elemento novo para a conquista de um aprendizado mais significativo das operações aritméticas envolvendo o conjunto numérico em questão. É preciso sempre incentivar o raciocínio próprio do educando e o modo através do qual ele aritmetiza sua realidade.


Educação, Tecnologias e Inclusão Digital

Secretaria da Educação de Santo André / SP - Brasil


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